sexta-feira, 31 de maio de 2013

Grécia - história

Ultimamente tem-se falado muito da Grécia mas pelos piores motivos: crises económicas, dívida externa, manifestações, governos difíceis...
Agora que as notícias parecem ter descido um pouco de tom, recordei a Grécia da minha última visita. Foi numa viagem de finalistas. E, imagine-se! a única em que uma mala só chegou no dia seguinte. Mas apesar disso, tudo correu lindamente e gostámos muito  das belezas que nos foi dado observar. Grécia antiga, claro!... É que a Grécia é muito mais do que aquilo de que se fala nos telejornais. A Grécia tem magia , tem encanto, é algo de diferente. Até os guardas do Palácio usam saias com pregas... E mostra-se como um país que tinha  fé. Não a nossa Fé cristã, mas uma crença imensa na actuação divina que originou, na antiguidade, aquela grande quantidade de deuses e de altares. Até um altar ao Deus desconhecido... Aliado a isso, os mitos e as lendas que se multiplicam. E os jogos... de que são exemplo os Jogos Olímpicos e os Pan- Helénicos, realizados entre várias cidades gregas e que constituíam um factor de união entre os gregos. E não eram só provas desportivas que se disputavam. Também havia actividades de cariz religioso , representações teatrais, etc..
E já agora, uma curiosidade: a recriação dos Jogos Olímpicos, em 1832, deve-se a Dominicanos. Foi em Grenoble que os alunos do seminário menor de Rondeau os organizaram, pela primeira vez e já com Código Olímpico, uma cerimónia de abertura e outra de encerramento, provas individuais e medalhas de participação dos melhores.
E deve-se ao Padre Dominicano Henri Didon a divisa que ainda hoje marca estes jogos: " Mais rápido, mais alto, mais forte".
Mas a Grécia não são só Jogos Olímpicos, deuses, mitos ou lendas. Já nos sec. V e IV a.C. constituía o protótipo duma civilização das mais evoluídas no campo político e cultural.
Politicamente os atenienses tinham um sistema democrático de governo e liberdade de se exprimirem oralmente; culturalmente, desenvolveram valores racionalistas e humanistas, no pensamento e na arte.
O tempo destruiu umas coisas e modificou outras mas a Grécia continua a merecer a nossa admiração e a nossa visita. Contra tudo e contra todos é um país dum grande passado que influenciou a História de toda a Humanidade. Que a esperança dê coragem e entusiasmo para a construção do futuro.
                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"A tua Fé te salvou"

Hoje, no Evangelho da Missa, leu-se a história de Bartimeu - o cego que Jesus curou porque lhe pediu insistentemente a sua cura.
O episódio fala em muita gente : Jesus e os apóstolos; o cego e os que o rodeavam: aqueles que o mandavam calar porque não queriam que ele gritasse por Jesus...
É uma descrição interessante e cheia de pormenores. Até o nome do cego é mencionado no Evangelho -  Bartimeu!
Mas não foi nada disso que me impressionou, mas sim o diálogo estabelecido:
" Que quereis? "- diz Jesus
" Mestre, que eu veja!"-responde o cego
" A tua Fé te salvou" - é a conclusão de Jesus
E o homem retirou-se curado...
Jesus não fala de pecado nem de virtude; não menciona arrependimento nem perdão; não recomenda nova vida nem lembra os mandamentos; não cita dádivas nem partilhas. Jesus simplesmente fala de Fé; unicamente diz que foi a Fé que salvou aquele homem, que foi ela que o fez acreditar que Deus o podia curar por intercessão do mestre.
Foi a Fé que fez o cego gritar por Jesus e conseguiu que Ele o ouvisse.
Ao reflectir neste episódio, apeteceu-me perguntar quantas vezes, nas nossas angústias e dificuldades, gritamos por Jesus com a Fé de Bartimeu?
Quantas vezes dizemos a nós mesmos que é a Fé que nos livra dos problemas, das tentações, das dúvidas?
Quantas vezes dissemos, convictamente, que "é a Fé que nos salva"?
É muitas vezes a nossa falta desta Fé sem medida que nos torna infelizes, sem coragem, sem entusiasmo.
Nestas vésperas da festa da Eucaristia tomemos como exemplo o cego Bartimeu e como ele gritemos: Senhor que eu veja!
                        Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Imprevisíveis

Estávamos na hora do recreio das alunas e eu,como de costume, estava com elas. Uma funcionária deu-me o recado: a Madre Geral  mandava-me chamar pois queria falar comigo. Nada de novo... Nada de extraordinário... Não me perguntei porquê nem elaborei hipóteses. O que fosse soaria.
Deixei as alunas entregues a si mesmas e fui...Simplesmente.
E simplesmente também, a Madre Geral, com o ar mais natural do mundo, comunicou-me que eu ia ser a nova directora do Colégio. O meu cérebro parece que parou e não tive palavras nem para aceitar nem para recusar. Tinha vindo para o convento longe de pensar que me ia servir do curso e, mais longe ainda de que ele ia ter esta finalidade.
Em boa verdade, não fazia ideia nenhuma do que o futuro me reservaria. 
Comecei no dia seguinte, sem saber o que significava dirigir um estabelecimento de ensino como este, nem o que era preciso fazer e, menos ainda, como. Mas era jovem e aos jovens a "aventura" não mete medo. Acreditam que sabem tudo e que tudo é fácil de realizar. E assim comecei essa experiência feita de inexperiências.
Foi o tempo, a equipa com que trabalhava, os professores mais antigos, que me foram ajudando e ensinando.
Nesse tempo, anos 60, para se ser director dum colégio era necessário um diploma, passado pelo Ministério e atestado por um inspector que creditava as nossas capacidades. Claro que esta era outra cláusula que eu desconhecia. Por isso, fui apanhada de surpresa quando um senhor muito sério e distinto me entrou pelo Laboratório, onde eu já tinha iniciado uma aula de Botânica.
Não estava nos meus melhores dias mas pensei que tinha 5 minutos para mostrar o que valia. Invoquei o Espírito Santo e recomecei a aula, utilizando um método inovador na época e que fazia parte da cultura aprendida nos cursos para professores, ministrados na Gulbenkian -o método de pesquisa.
Acho que "meti um pouco os pés pelas mãos" mas o sr. Inspector devia saber pouco de corolas e pecíolos e menos ainda deste método experimental que " não tinha ainda visto em parte nenhuma".
Saiu satisfeito e mandou-me o necessário diploma. Foi o princípio!
Dou graças a Deus por todo o trabalho realizado e peço por todos os que me ajudaram e pelas alunas com quem tive o prazer de trabalhar.
                            Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Impressão digital



                                                
                              Impressão  Digital
                                               
                               Os meu olhos são uns olhos
                               E é com esses olhos uns
                               que eu vejo no mundo escolhos
                               onde outros, com outros olhos,
                               não vêem escolhos nenhuns.

                                                Quem diz escolhos diz flores
                                                De tudo o mesmo se diz.
                                                Onde uns vêem luto e dores
                                                uns outros descobrem cores
                                                do mais formoso matiz.

                                Nas ruas ou nas estradas
                                onde passa tanta gente
                                uns vêem pedras pisadas
                                mas outros gnomos e fadas
                                num halo resplandecente.

                                              Inútil seguir vizinhos,
                                              Querer ser depois ou ser antes.
                                              Cada um é seus caminhos.
                                              Onde Sancho vê moinhos
                                              D. Quixote vê gigantes.

                               Vê moinhos? São moinhos.
                               Vê gigantes? São gigantes.
                                            António Gedeão, Poemas escolhidos
                                     

domingo, 26 de maio de 2013

Imposições e escolhas

Mudar está na ordem do dia. E esta é uma realidade bem profunda, da qual nem sempre temos consciência e na qual não reflectimos com a frequência com que as mudanças se nos apresentam.
Razão tinha Camões quando escreveu o seu soneto:
Mudam-se os tempos / mudam-se as vontades / todo o mundo é feito de mudanças...
Cada três meses mudam-se as estações do ano e por isso, variam as condições meteorológicas, a agricultura modifica-se e até o nosso temperamento e disposição são influenciados.
Duas vezes no ano muda-se o ritmo de vida porque o relógio adianta ou atrasa e o dia começa mais tarde ou mais cedo.
De quatro em quatro anos, na melhor das hipóteses, mudam os governos e alteram-se as leis, os regimens estabelecidos, a estabilidade da vida.
Quando terminam os contratos ou a satisfação do ou com o clube, mudam-se os jogadores, vendem-se os passes, vestem-se outras camisolas.
Muda-se o vestuário porque mudou a estação ou se vai a uma festa.
Até o sol muda cada dia. Nasce de manhã e com ele a alegria, um certo optimismo, uma inevitável vontade de viver. Depois, ele vai empalidecendo, descendo no horizonte e chega a noite com o seu manto de mansidão e, às vezes, de tristeza.
Estas são as mudanças que o planeta ou a vontade dos Homens nos apresentam.
Mas há outras, mudanças mais profundas, como o crescimento, a maturidade, o desenvolvimento da Fé, a adaptação a novos tempos, a variadas circunstâncias.
Há as mudanças de vida, de ambiente, de casa, de cidade, de hábitos.
Mudanças que se esperam, mudanças com que não se conta! Mudanças que se procuram e mudanças que nos procuram. Mudanças que escolhemos e mudanças que se nos impõem.
"Todo o mundo é feito de mudanças".
E a nossa realização está em aceitar a mudança, colaborar com ela e agradecê-la como um Dom.
Fácil? Difícil? depende da disponibilidade do nosso coração e da entrega que fazemos nas mãos do Pai. Com Ele tudo se vai tornando fácil...
Olhemos com optimismo cada mudança que a vida nos apresenta na certeza de que "Deus não nos pede nada além das nossas forças" e que "nada acontece por acaso".
                                    Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Contradições

" Vem por aqui"  - dizem-me alguns com olhos doces
estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que os ouvisse
quando me dizem " vem por aqui"
Eu olho-os com olhos lassos
(Há nos olhos meus ironias e cansaços)
E cruzo os braços
E nunca vou por ali...

Não sei porque me lembrei hoje deste Cântico Negro de José Régio. Talvez pelas contradições que ele suscita. Não conheço o estado de alma do autor ao escrever este poema: desânimo, revolta, liberdade, idealismo? Pode ser tudo e nada . Apenas sensibilidade e imaginação de poeta. Talvez uma chamada de atenção ... a procura dum sentimento de Fé e de confiança, a busca dum apoio em Deus e nos Homens...
A verdade é que na vida há ocasiões em que não adianta apontarem-nos um caminho porque a nossa intenção é bem diferente: seguir outro caminho, talvez o oposto. Por contradição? Porque estamos convencidos que o nosso é o melhor? Porque não gostamos de seguir, como carneiros, o percurso delineado por outros?... Talvez!...
Sobretudo quando jovens este desejo de experimentar o "novo" , de fugir à rotina, de contrariar a experiência dos outros, é muito frequente e notória.
E, se calhar, não é mau. Sobretudo se levamos connosco uma "bússola" , o apoio seguro dum Pai que fala ao nosso coração e nos aponta a Verdade de cada escolha.
São as nossas experiências pessoais , os nossos avanços e retrocessos, os nossos conhecimentos de "tentativa e erro"  que nos fazem crescer.
Mas, atenção! olhai que temos que levar na bagagem a humildade de reconhecer que errámos, a coragem de voltar atrás e recomeçar, a alegria de encontrar o caminho certo, a Fé e a Esperança que vão iluminar e fortalecer as nossas derrotas e vitórias, a confiança nos Amigos que contam connosco.
Não olhemos com indiferença aqueles que nos aconselham " seguros que seria bom que os ouvíssemos" ... Que não haja "ironia e cansaço" nos olhos que se erguem ou fogem daqueles que gostariam de nos mostrar o caminho... E, sobretudo, nunca " cruzemos os braços" , indiferentes ao apelo do nosso coração. É que Deus está lá e Ele, esse sim, tem a certeza que "seria bom que O ouvíssemos".
                              Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P. 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O Sim e os sins

" Deus me deu, Deus me tirou. Louvado seja Deus! "
Esta foi a atitude de Job face ao despojamento que lhe foi pedido. É a atitude dos místicos e dos santos que tudo colocam nas mãos de Deus: alegrias, tristezas, dificuldades e conquistas.
E nós? Qual a nossa atitude e disposição face a qualquer sacrifício que nos é pedido? Era bom que também nós fôssemos capazes de proceder assim, numa total entrega ao Pai e à Sua vontade, numa absoluta disponibilidade ao desejo de Deus a nosso respeito.
Quando rezamos o Pai nosso... ( e dizemo-lo algumas vezes ao dia e todos os dias...) pedimos que " seja feita a Sua vontade ". Mas, podemos perguntar-nos se sabemos realmente qual é a vontade do Pai em relação a nós.
Temos mesmo a tentação de dizer que não sabemos bem porque... é difícil conhecê-la; porque é obscura; porque temos dificuldade em discerni-la entre as mil solicitações que nos são feitas.
Mas não será que o que acontece é que temos dificuldade não em saber mas em seguir aquilo que Deus nos pede?
O que custa não é discernir, compreender, mas sim aceitar a Vontade de Deus, sobretudo quando Ele nos pede aquele despojamento, aquela doação, aquela mudança que pressupõe um hoje e um àmanhã bem diferentes do ontem que foi o nosso.
Mas é nessa altura que temos que mostrar a nossa lealdade ao Pai, a nossa disponibilidade, a nossa correspondência ao nosso compromisso de cristãos, apesar dos nossos limites, das nossas fraquezas e dos erros que cometemos a cada passo.
" Seja feita a Vossa vontade " continuamos a dizer cada dia. Mas a vontade de Deus não se realiza sem a nossa colaboração, sem o nosso esforço.
Deus quer...
O Homem sonha...
A obra nasce.
Assim fala o poeta que põe em primeiro lugar a Vontade de Deus mas não omite que  a realização  depende do nosso sonho e do nosso querer.
                             Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A Ciência, ontem e hoje



Não foi certamente por acaso que, ao pensar na frase daquela senhora, em Lisboa, " Haja quem cuide de nós!..." me lembrei da Fundação Champalimaud. É que fui lá outro dia almoçar com uma amiga e aproveitámos para passear no espaço ao ar livre e obter algumas informações. Achei um óptimo ambiente e um espaço muito agradável.
Certamente que os doentes se sentirão acolhidos e mais bem dispostos e os médicos e investigadores mais motivados no seu trabalho.
Explicaram-me que a Fundação tem duas valências que se completam e entrecruzam: a investigação científica e a actuação clínica.
Para isso, duas zonas também distintas: uma de atendimento, consultas e exames aos doentes; outra de trabalho de Laboratório, experimentação e investigação.
Estas duas zonas estão instaladas, uma no centro clínico, que orienta a sua actividade para o doente, promovendo a qualidade de vida e ministrando cuidados personalizados de excelência, com uma equipa multidisciplinar e programas inovadores de diagnóstico e tratamento; a outra, é o centro de investigação, no campo da biomedicina (especialmente direccionada para o problema do cancro)  em que trabalham académicos e investigadores nacionais e estrangeiros.
O Centro está aberto ao público e pode ser usado por todos , com o seu restaurante, zonas verdes e anfiteatro.
Que todos os que precisam de tratamento e aqueles que querem apenas passear saibam usar e aproveitar deste espaço.
                                          Ir.M.Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 21 de maio de 2013

"Haja quem cuide de nós!..."

Outro dia, andando eu por Lisboa, ouvi sem querer esta frase que me chamou a atenção: " Haja quem cuide de nós!". Não me apercebi do contexto, não conhecia quem a disse. Verifiquei apenas que era uma senhora que se dirigia a outras, sentadas numa esplanada.
Podia referir-se ao sector da saúde, - médicos e enfermeiros -, à família..., eu sei lá!... Milhares de possibilidades se nos apresentam ao espírito quando temos apenas uma frase como fio condutor : 
"Haja quem trate de nós!"
Qual Sherlock Holmes , enquanto continuava o meu passeio, pus-me a fazer suposições e a imaginar hipóteses em que coubesse aquela frase. Lembrei-me dum documentário que passou na TV sobre a Fundação Champalimaud, um centro de estudos e tratamentos  em que se procura fazer a síntese entre a investigação científica e a clínica.
Uma grande obra bem dentro dos desejos daquela senhora.
Mas, podemos descer a outras realidades, como a da saúde em geral, dos centros de saúde que fecham, dos hospitais que está planeado encerrar, dos médicos que são tão poucos que não têm tempo para os doentes que os procuram...
Problemas que nos afectam e afectam a sociedade em que vivemos.
Será que não podemos fazer qualquer coisa? Talvez neste âmbito não, mas há outro sector em que certamente podemos: o dos idosos que estão sozinhos, que não têm quem os trate nem se preocupe com eles.
A esses, podemos sempre dar um pouco do nosso tempo, do nosso carinho, o nosso sorriso.
O Voluntariado em Portugal tem vindo a crescer e a tornar-se mais útil e verdadeiro. Ele é uma forma de nos sentirmos prestáveis e de darmos testemunho da Fé que professamos.
E, neste Mês de Maria, a nossa Mãe sorri-nos e convida-nos a torná-la presente no seu papel de mãe e intercessora junto daqueles que nos rodeiam.
Maria veio a Fátima pedir que rezássemos pela paz, pela conversão dos que erram, mas... espera que, como cristãos, manifestemos o nosso Amor junto daqueles que não têm quem lho manifeste.
                                     Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ser Amigo é...

Estávamos outro dia conversando , tendo por tema a Amizade, no que ela tem de doação e de exigência, no modo como se manifesta e se define, na maneira como muita gente a vê e a vive.
Palavra para cá; palavra para lá. Não sei muito bem se chegámos a alguma conclusão naquela troca de ideias que nem sequer era muito estruturada. Tratava-se mais de conversar do que chegar a conclusões.
Mas eu, sem mais nem menos, às tantas,lembrei-me duma lenda antiga que é bem um paradigma do que se entende por Amizade.
Esta lenda pretende contar a formação das ilhas do arquipélago dos Açores, mas demonstra o poder da Amizade.
Conta-nos a lenda que havia um Rei que vivia num país muito bonito, cheio de vegetação e altas montanhas.
O Rei tinha nove filhos que eram muito amigos. Um dia resolveu dar-lhes uma parte do seu reino e pediu para eles escolherem. Eles, de comum acordo, foram instalar-se cada um em seu monte e combinaram encontrar-se daí a um ano, quando a sua instalação estivesse consumada.
Acontece que as circunstâncias lhes transtornaram os planos. Na véspera do encontro um grande tremor de terra fez afundar todo o território ficando apenas de fora os cimos das montanhas.
Os príncipes não morreram; ficaram apenas longe uns dos outros. Mas para a Amizade não há distâncias nem contatempos. Não desistiram do seu encontro e para o realizar trataram de construir embarcações que facilmente os juntaram.
Foi este o 1º passo para depois se estabelecer a comunicação marítima entre as ilhas do arquipélago dos Açores.
A lenda tem esta finalidade mas, para mim, há outra lição subjacente que podemos tirar: a força da Amizade. Para esta forma de amor, não há distâncias, dificuldades nem desânimos.
Ser Amigo é estar sempre pronto para o que os outros precisam; é estar atento às necessidades do Amigo; é levar-lhe a palavra que encoraja, o sorriso que suaviza a dor , o carinho que acalenta o coração.
Olhemos à nossa volta; lembremos os Amigos e não deixemos que fiquem sós, mesmo quando não se queixam... Ofereçamos-lhes, desinteressada e discretamente,aquele amor que Deus partilha connosco.
É tão bom ter Amigos !...
                                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 
 

domingo, 19 de maio de 2013

Pentecostes

Domingo de Pentecostes!
Fim do tempo Pascal, estes cinquenta dias depois da Ressurreição de Jesus.
Àmanhã, terminado este tempo de festa, entramos no chamado " tempo comum " , aquele espaço que medeia entre o Tempo Pascal e novamente o nascimento de Jesus.
Domingo de Pentecostes. Hoje é um dia especial, o dia em que o Espírito Santo "torna novas todas as coisas" e impulsiona os apóstolos para, sem medo, darem o testemunho de Jesus Cristo. O dia em que a Igreja aparece já projectada e extensível a todo o mundo e a todos os homens.
Os discípulos estavam reunidos... Com medo? Na expectativa? Com a certeza de que o Espírito Santo viria, como Jesus lhes prometera? Não sabemos... Nem os Evangelhos nem os Actos dos Apóstolos são muito explícitos a este respeito. Mas, do que temos a certeza é que depois da descida do Espírito Santo eles não ficaram iguais. Saíram da casa, cheios de entusiasmo e de força, falando as línguas daqueles que estavam cá fora, fossem eles de que região fossem, e apresentando a Pessoa de Jesus Cristo, como o Filho de Deus.
E esta descida do Espírito Santo e esta capacidade dos discípulos se poderem dirigir a todos os homens, foi um primeiro testemunho da universalidade da Igreja e do poder de transformação do Homem por acção do Espírito Santo.
Nós, todos os baptizados, recebemos este Espírito Santo no dia do nosso Baptismo. Acreditamos que Ele nos pode transformar a nós e à nossa vida? Acreditamos que por isso ficámos diferentes?
Recebemos o Espírito Santo... Foi, para nós, o 1º Pentecostes. Como temos alimentado  essa ideia de que Ele é força, é graça, é dom? Como temos difundido a variedade de dons que Ele estabeleceu em nós?
Sapiência... Entendimento... Piedade... São sete os dons do Espírito Santo que recebemos no Baptismo, que intensificamos na Confirmação.
Que temos feito com eles? Como os temos testemunhado?
Não será altura de fazer esta pergunta e tomar as medidas mais adequadas, para não desperdiçarmos dons?
                                  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Histórias da História

De vez em quando lemos nos jornais ou ouvimos na TV notícias de ataques a cristãos, de assassínios de gente que acredita , que tem Fé, só e apenas por esse facto. É impressionante! E deixa-nos incomodados e inquietos. Por quê?, é a pergunta que se nos põe.
E volto a lembrar os monges Trapistas da Argélia e, recuando no tempo, evoco os primeiros cristãos mortos pelas feras, no Coliseu, para espectáculo dos imperadores. E não vale a pena exclamar "outros tempos..." porque os tempos, pelos vistos, repetem-se.
Talvez as motivações sejam outras mas as consequências não são diferentes.
Aqui há uns anos estive em Roma e visitei o Coliseu. Não foi a primeira vez mas, tal como então, senti um arrepio ao percorrer aqueles espaços que imaginei ainda tintos de sangue de muitos cristãos. Deram a sua vida, proclamaram a Fé, alguns foram declarados santos, mas...
É evidente que o Coliseu hoje é um monumento reconhecido pela Unesco, referenciado mundialmente, visitado por milhares de pessoas. Mas a sua história remonta ao primeiro século do cristianismo e é feita de lutas e de mortes; de combates de gladiadores; de confrontos entre escravos condenados e feras esfomeadas; de cristãos martirizados e imperadores insensíveis...
A sua construção foi iniciada pelo imperador Vespasiano no ano 70 d.C. e durou mais ou menos até ao ano 90 d.C., sendo inaugurado pelo filho de Vespasiano, o imperador Tito. Tinha uma capacidade para 90 mil espectadores e era o símbolo do Império Romano. Eleva-se a mais ou menos 50 metros de altura, com 4 andares que eram revestidos de mármores  e ladrilhos e havendo mesmo colunas ornamentais nos três primeiros níveis. No interior, um labirinto de galerias, corredores e túneis, o que permitia uma rápida evacuação.
Danificado no sec. V por um terramoto, foi restaurado posteriormente. No sec. XIII, foi utilizado para fortaleza militar e nos sec. XV e XVI saqueado e vandalizado.
O que hoje observamos é o que resta de todo o esplendor romano.
Monumento para admirar mas também local para lembrar todos os que ali sofreram e morreram e por eles fazer uma oração.
                              Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Conflitos com "materiais domésticos"

A vida moderna leva-nos a importantes modificações nos nossos hábitos. Até nos alimentares. Por exemplo a utilização de congelados e sua preparação em microondas. Era coisa que não lembraria às nossas avós...
Mas hoje, é prática corrente e até as crianças são convidadas a fazê-lo. É simples e rápido!
Mas, quantas vezes desprezamos as indicações existentes nos recipientes bem como pomos de parte os conhecimentos mais elementares!... E assim, contraímos doenças e causamos problemas.
Até sem saber...
Por exemplo, colocar alimentos com gordura , no microondas, em recipientes de plástico, é meio caminho andado para desencadear um processo cancerígeno nas nossas células.
É que a junção de gorduras, altas temperaturas e plástico constitui uma associação altamente perigosa. Vai levar à formação de dioxinas que contaminam os alimentos e se libertam nas nossas células. Ora as dioxinas são substâncias altamente cancerígenas e tóxicas para as células do nosso organismo.
E o que são as dioxinas? São subprodutos que podem resultar de processos industriais em que se obtem cloro e seus derivados. Mas a exposição humana às dioxinas resulta quase exclusivamente da alimentação.
Estas substâncias, além de cancerígenas, podem também ter efeitos negativos sobre os sistemas imunitário, reprodutor e hormonal.
Então, fora com os plásticos no microondas. Vamos troca-los por vidro ou cerâmica.
Recordemos que até os restaurantes de comida rápida substituiram, aqui há tempo, as suas embalagens por pacotes de papel.  E qual a razão? Nem mais nem menos do que o receio da invasão da dioxina.
                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.



terça-feira, 14 de maio de 2013

A escolha certa

O problema da Vida é sempre uma questão controversa e mais ainda se se trata da dualidade vida versus morte, compromisso versus segurança, missão versus instabilidade.
Pensando em tudo isto lembrei-me dum filme, que não quis rever, mas que tenho bem presente no espírito, pelas questões que nos levanta, pelas lições que nos dá, pelas opções que põe diante de nós.
Conta-nos a história verdadeira duma comunidade de Monges Trapistas do mosteiro de Tibhirine na Argélia. Estes monges tinham a sua comunidade inserida num meio muçulmano com o qual viviam em paz. Eram bem acolhidos pela população circundante que os procurava e a quem eles ajudavam, tentando testemunhar a Fé mais pelas acções que pela palavra.
Os problemas começaram quando um grupo de guerrilheiros dissidentes aprisionou e matou doze trabalhadores croatas. A vida dos monges podia também estar a correr perigo devido ao fanatismo desse grupo de guerrilheiros. E  a questão pôs-se: Que fazemos?
E as opiniões a dividirem-se... As reuniões tensas, as conversas angustiadas, as discussões acesas sucediam-se, divididos entre o que parecia lógico e o que seria a vontade de Deus, entre a segurança pessoal e o compromisso assumido da sua vocação.
Acabaram, tomando a resolução de ficar. Fizeram uma escolha livre e consciente. Talvez demasiado confiante mas feita de certezas, também. Estavam firmes na sua vocação.
Um dia, um grupo extremista invadiu-lhes a casa. Dois monges tiveram a reacção mais natural e conseguiram esconder-se. Os outros, foram levados e nunca mais se soube deles.
Deram a sua vida!... Por quê? Por quem? pode perguntar-se...
Deram-na pela Verdade, pela Fé que professavam, por Deus.
Deram-na! Ninguém lha tirou. Eles tinham feito uma escolha a que foram fiéis. É esse o segredo: ser fiel às escolhas que se fizeram. Mesmo quando é duro, quando não se vê "a luz ao fundo do túnel" , quando exige sofrimento, disponibilidade, entrega. Dar, também é um dom!
E corresponder ao plano de Deus  "dando a vida" , não é só morrer. Dar-se, em cada momento, alegremente, em correspondência a esse plano e às opções livremente feitas, pode ser também uma doação de vida.
Tenhamos tudo isto presente e saibamos sorrir mesmo quando dói.
                                    Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Semana Mundial da Vida

Mais uma ocasião a ser marcada no calendário. Mas esta não celebra instituições, organizações , situações...
Esta data marca um acontecimento que somos todos nós e que é um dom. Um dom de Deus. Ele que actuou na criação e desenvolvimento do Mundo; Ele que providenciou à evolução das espécies; Ele que esteve presente na nossa formação como ser vivo pensante e dono de vontade.
E agora podemos parar e perguntar: Mas afinal o que é a Vida?
Em sentido geral, biologicamente falando, é a capacidade de absorção, assimilação e reprodução manifestada por um ser. Se falarmos de vida humana, temos que pensar na colaboração entre Deus e o Homem, na capacidade deste de pensar e de querer, no seu empenho em procurar o Bem.
Para crentes e não crentes, Deus manifesta-se da mesma maneira, actuando em cada concepção. Não adianta negar nem adiar a presença de Vida para o momento do nascimento.
Basta olhar para uma ecografia, mesmo nos primeiros meses de gravidez, para vermos um ser que se mexe, que respira, que se alimenta... numa palavra, que vive.
E é por isso que é crime (civil ou moral) tirar a vida a estes pequenos seres que nem sequer pediram para existir.
Claro que às vezes é difícil fazer crescer estas crianças... Mas na vida há alegria, há sorrisos... mas o sofrimento também faz parte dela.
Sofre a mãe quando está para dar à luz; sofre o filho quando vê partir a sua mãe; sofre a criança quando vê frustrados os seus desejos; sofre o adolescente ou o jovem quando tem que lutar pelos seus ideais ou contra os seus desejos mais ou menos obscuros.
Mas Deus criou o Homem para ser feliz. As dificuldades da vida que escolhemos  são contratempos a ultrapassar para  tornar maior essa felicidade.
E Deus está lá. Ele que nos deu o dom da Vida, que nos destinou à felicidade, está presente em cada momento, para nos ajudar a contornar os imprevistos.
Mesmo nos momentos de maior cansaço, de neurastenia, de indiferença; quando nos apetece deixar tudo e, às vezes, nem recomeçar... quando nos parece que Deus está ausente, longe, esquecido de nós...
Vale a pena parar, " tomar os remédios mais adequados ", elevar o pensamento até ao Pai, sorrir e...ir em frente, saudando, agradecendo e valorizando o dom da Vida.
Estamos na semana mundial da vida. Não deixemos que nada nos atrapalhe e impeça de sorrir.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

" Dou-vos um mandamento novo..."

Foi a oferta de Jesus aos discípulos e a todos nós. E o Seu mandamento é a lei do Amor: " Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei ".
Amar como Jesus... Podemo-nos perguntar se somos capazes. O Seu Amor levou-O a dar a vida por nós. E nós estamos dispostos a ter esta mesma atitude?
Perante as dificuldades que se nos apresentam ou antevemos a nossa tentação é desistir. Não sou capaz!... E viramos as costas e seguimos caminhos mais ou menos complicados.
Mas se quisermos parar; se procurarmos reflectir; sobretudo, se estivermos dispostos a confiar, vamos constatar que as coisas não são tão complicadas assim...
Amar como Jesus amou... é tentar cada dia estar  disponível, atento ao mundo que nos rodeia, aos sinais dos tempos que, a toda a hora, nos querem despertar e nos dão indicações.
Amar como Jesus amou... é aceitar todos os que connosco se cruzam, mesmo que não sejam os melhores amigos; é perdoar aos que nos ofendem, é ajudar os que precisam ... duma palavra amiga, dum incentivo, talvez apenas dum sorriso.
Mas isso não é fácil!... temos a tentação de contestar. Claro que não é fácil nem ninguém disse que seguir Jesus era fácil...
Mas podemos ter a certeza de que, se por um lado, Ele "precisa" de nós, e espera a nossa colaboração; por outro, está presente e apoia o nosso esforço.
E podemos ficar confiantes que se estamos assim de coração aberto, capazes de aceitar tudo e todos , disponíveis para o que Deus quer de nós, então sim! nada é tão difícil e ... estaremos a amar à maneira de Jesus. Não esqueçamos que o Amor é um dom.
Não tenhamos medo. Vamos em frente. Jesus espera-nos.

                                   Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.



quinta-feira, 9 de maio de 2013

Festa da Ascensão

Outra festa que celebramos este mês é a da Ascensão de Jesus .
Já passaram quarenta dias desde o domingo de Páscoa. Por essa razão, esta festa em que recordamos o momento em que Jesus subiu ao céu perante o pasmo e a admiração dos apóstolos que, apesar de todos os ensinamentos de Jesus , continuavam a não interiorizar a divindade do Mestre. Por isso, ficaram "a olhar para o céu..."
Mas não deviam. Por isso foram repreendidos: "Homens de pouca Fé, porque estais a olhar para o céu?" 
A missão de Jesus na Terra terminara. Agora era a vez deles a quem o Senhor deixara o papel de transmitir a Sua mensagem de amor. Mas, não os abandonava
e ficava presente na Eucaristia, que os mandara celebrar.
É 5ª feira da Ascensão, embora liturgicamente esta festa só se comemore no próximo domingo.
Ao lembrar esta celebração, recordo esta festa nos tempos da minha infância e juventude. 
Em cada esquina das ruas de Lisboa, mulheres risonhas com cestos floridos, ofereciam a quem passava os ramos tradicionais: as espigas (símbolo do pão e da fartura), as papoilas ( que significam a alegria), o ramo de oliveira (a lembrar a paz) e os malmequeres brancos e amarelos ( que profetizavam o bem e a riqueza). 
E os transeuntes paravam, compravam e levavam para casa estes símbolos de um tempo litúrgico e que eram também recordação de compromissos assumidos, para o ano.
Não sei se este costume se mantem tão vivo nas grandes cidades; se as pessoas continuam a debruçar-se sobre os cestos coloridos para escolher o ramo mais bonito; se ainda sabem o significado de cada elemento do ramo...
Mas tenho a certeza que, quando o mês de Maio chega ninguém fica indiferente. Até porque para nós, católicos, Maio é o mês de Maria e dela não nos podemos esquecer. 
De Fátima chega-nos o pedido de oração e a promessa de paz; de Fátima vem-nos a certeza da presença de Maria e do seu amor por nós.
Vivamos este mês de Maio em plenitude, com a certeza de que a instabilidade e insegurança que de toda a parte nos assalta será minimizada no coração da que Jesus nos deu por Mãe.
                                            Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Dia da Mãe

Foi no Domingo passado o dia , mundialmente, dedicado às Mães. E a primeira "instituição" a aproveitar-se desta festividade é o comércio. Por toda a parte, em grandes parangonas, as palavras Dia da Mãe.
Mas, não é preciso entrar nesta loucura do consumismo desenfreado para homenagearmos a nossa mãe.
Não será que ela fica satisfeita mesmo que o nosso presente seja apenas um beijo, uma manifestação do nosso carinho ou um ramo de flores silvestres apanhado no caminho? 
Há é que não deixar passar esta data sem a referenciarmos no nosso calendário familiar.
Não tem que se ser católico para festejar a Mãe e celebrar este dia. Basta, muito simplesmente, ser Filho. Porque realmente as Mães merecem que as lembremos e, particularmente, neste dia:
               . porque nos deram a Vida;
               . porque velaram por nós;
               . porque estão presentes nos bons como nos maus momentos.
Simplesmente por isto: porque são as nossas Mães!
Elas devem testemunhar, junto de nós, o papel que Jesus destinou à Sua Mãe quando lhe disse: " Mulher, aí está o teu filho". Mas nós também, como João, que levou Maria para sua casa, depois de Jesus lhe ter dito : " Eis aí a tua Mãe", temos obrigação de amar, de respeitar, de proteger as nossas Mães.

Mãe... é o colo que nos acolhe quando sofremos; o coração que partilha connosco as nossas alegrias e tristezas; a mão que se estende para nos amparar nos momentos difíceis; a voz amiga que nos previne quanto aos perigos e nos incentiva nas aventuras.
 Mãe, à imagem de Maria, é a presença constante, o olhar atento, a oração persistente.
Mãe... é o suporte em que sempre podemos confiar e que nunca nos desilude.
Mãe há só uma... a nossa. 
Obrigada, Mãe, pelo que és, pelo que foste, pelo que deste...
                                  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Saudades e não só

É sempre agradável, comovente e gratificante um Encontro de Antigas /os Alunas /os.
Foi no sábado que estivemos reunidos.
Uns chegaram primeiro, logo às 11 horas como dizia o programa; outros vieram à hora do almoço e outros apenas para a tarde cultural. E também houve os que vieram cedo mas partiram também cedo. Enfim! Um vai e vem de chegadas e partidas...
Havia o "grupo do costume", as fixes, aquelas que nunca faltam, sòzinhas ou com filhos, e as que sempre chegam de novo...
Algumas, há 30 anos que não vinham ao Colégio e foi uma comoção, para elas e para mim , o reencontro. "Ai  que saudades!..." E houve abraços e beijos e algumas lágrimas teimosas...
É que a maioria destas "meninas" foram minhas alunas e tenho-lhes uma grande estima.
Visitou-se o Colégio; escreveram-se dedicatórias e comentários nos quadros das aulas; contaram-se aventuras ocorridas no Colégio; recordaram-se mil e uma histórias interessantes, comoventes ou divertidas.
Almoçou-se no "refeitório das externas" que, segundo alguem," nesse tempo não era nada assim..."
Foi-se até à quinta ouvir os passarinhos, sentir o cheiro característico, ver a "presa"... e regressou-se ao ginásio que " este sim, está tal e qual!".
Aí as alunas actuais fizeram um show de acrobática e apresentaram uns números de flauta e guitarra.
  
E para encerrar, um power point com a História do Ramalhão, desde o sec.XV , contada pelo sr. dr. João Carlos e por duas antigas alunas.
Mas, não encerrou a permanência das Antigas Alunas. Foram estando, trocando impressões, contando histórias. E ficaram...ficaram... porque as recordações não acabam facilmente.

E que alegria recebê-las, ouvi-las,lembrar acontecimentos antigos e mais recentes.
Finalmente, o adeus... até para o ano, porque todos acreditamos que para o ano vai haver  outro encontro.  E a Esperança é a última coisa a morrer!.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Crescer na Fé

Este mês, como todos os anos, temos várias ocasiões para celebrar aqui no Colégio. Há o Dia da Mãe, o encontro dos Antigos Alunos, a Peregrinação a Fátima...
São datas que não podem passar despercebidas.
Mas outros acontecimentos, da vida do Colégio, são também notícia, como a recepção do Sacramento da Confirmação (Crisma) ou da Primeira Comunhão.
O Crisma vai ser Ministrado na Sé de Lisboa, juntamente com alunos de outros Colégios Dominicanos.
São os alunos do 9º Ano que o vão receber, fazendo a renovação das promessas do Baptismo e vendo confirmadas as virtudes teologais - Fé, Esperança e Caridade - que outrora receberam quando baptizados.
Os alunos do 3º ano (e outros que ainda não tinham feito) vão fazer a sua Primeira Comunhão. Será o seu primeiro contacto com Jesus na Eucaristia.
Mas um e outro sacramento são etapas do crescimento na Fé que tentamos sempre que os nossos alunos realizem durante o seu percurso aqui no Colégio.
Claro que não se obriga ninguém!  A resposta a Deus tem que ser um Sim voluntário e livre, resultado duma experiência que se vai aprofundando com o conhecimento e a oração. Mas ... vamos tentando incutir valores e fornecendo " pistas " que, mais cedo ou mais tarde, acabam por frutificar.
Muitas vezes, como este ano, alunos que não participaram nas celebrações, quando era a sua altura, acabam por vir pedir, anos mais tarde, para serem admitidos com outros alunos.
E que alegria tudo isto nos dá!...
É bem verdade que "um é o que semeia  e outro o que colhe". 
Mas há que nunca perder a esperança e ir semeando...nisto, como em tudo.
                         Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Maio um mês diferente

Maio chegou! E até parece que nos esquecemos de preocupações, dificuldades, notas a alcançar ou exames para preparar... É que há uma alegria nova nas pessoas!
Maio chegou! É o prenúncio do Verão, muito embora Maio tenha vindo acompanhado com nuvens e anunciando aguaceiros.
Esquecemos isso e só queremos pensar que falta pouco para o calor começar a apertar, o sol alegrar os corações e as férias fazerem o seu anúncio.
Maio chegou! É tempo de música no ar,de flores nos campos, de festas nas terras, de convívio entre os homens. É a indicação de que tudo na vida se renova e se repente, igual mas diferente, como as estações do ano, sempre as mesmas mas sempre tão diferentes, de ano para ano.
Maio chegou, mais uma vez! Vivamos alegremente tudo o que este mês nos vai trazer. E agradeçamos o que de bom o tempo, a vida, a família, os amigos, nos oferecem.
Mas, neste mês de Maio não posso deixar de recordar que ele é um mês especial porque de milagres, aparições e dádiva. Foi num Maio já distante que Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos. Foi em Maio que Fátima se tornou "altar do mundo". Foi em Maio que um Papa nos visitou para agradecer a Nossa Senhora  ter-lhe salvo a vida. Foi em Maio que Nossa Senhora, pela primeira vez, pediu aos pastorinhos para rezarem o Rosário pela paz.
E como educadora, num colégio Dominicano não posso nem quero esquecer este pedido. Aliás, a tradição do Rosário, na Ordem Dominicana, é bem anterior ao pedido de Nossa Senhora.
Os Dominicanos, desde o Sec.XIII espalham, entre crentes e não crentes, esta devoção ao Rosário.
Todos nós sabemos que é lenda mas não deixamos de ter quadros que representam Nossa Senhora dando o Rosário a S. Domingos. E dar-lhe a inspiração para rezar o Rosário não é, mais ou menos, a mesma coisa?
Tenho presente esta tradição dominicana e gostava que se estendesse a quantos passam por nós: alunos, professores, pais, amigos e conhecidos. Assim seja!
                                     Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

O melhor do mundo são as crianças

" Deixai vir a Mim as criancinhas!"
"Se não fordes como estes pequeninos, não entrareis no Reino dos céus"
São duas advertências de Jesus aos apóstolos quando eles tentam afastar as crianças que pretendem aproximar-se do Mestre. 
E estas frases mostram a preferência que Jesus tem pelos pequeninos, pelas crianças.
Crianças... tenham elas a idade que tiverem. Crianças... porque são simples e puras; porque são confiantes; porque se colocam livremente nas mãos do Pai; porque dão, sem nada esperarem em troca.
E é a nós que Jesus convida a sermos assim: livres, alegres, confiantes, disponíveis, generosos, sem subterfúgios, sem falsos sorrisos, sem ambiguidades, sem fingimentos.
Jesus pede-nos esta liberdade de espírito, esta jovialidade, esta entrega sem avaliações de risco, este amor confiante, esta simplicidade sem ostentação, esta verdade sem segundos sentidos. Tudo o que podemos descobrir nas crianças...
É encantador ir ao recreio dos pequeninos e ver como são felizes, como se satisfazem, às vezes, com tão pouco, como a sua imaginação os leve tão longe...
Também fazem tolices, claro! E nisso, também nos podemos parecer com eles, mas como eles, rapidamente reconhecer o erro e recomeçar com entusiasmo.
" Se não fordes como criancinhas..." 
Não queiramos pensar no resto da frase. Antes, lutar para nos parecermos com esses pequeninos que Jesus elogiou. E lembrarmo-nos que " o melhor do mundo são as crianças"