sábado, 31 de dezembro de 2016

Uma história que é um apelo

                                                                     
Foi há uma semana. Era dia de Natal.
Tinha acabado a Missa do Galo. Terminara já a Ceia do Natal. Os membros da família, a pouco e pouco, haviam saído para regressar às suas casas.
Nós, "os da casa”, arrumada minimamente a sala, recolhidos os presentes que tinham cabido a cada um, acauteladas as virtualhas para o almoço do dia seguinte, como recomendara a minha avó, íamo-nos retirando para os nossos quartos.
E eu fui também. E… deitei-me e dormi.
Acordei sobressaltada com uma luz intensa que parecia vir do presépio pequenino que estava em cima da secretária.
Levantei-me num pulo, impressionada com aquela luz e aquele Menino que parecia saltar da mesa.
Fui à janela e sosseguei. A luz não era senão a do candeeiro da rua cuja luminosidade entrava pelas cortinas abertas.
Tudo normal… Tudo natural…
Mas o sorriso do Menino, esse… estava lá. E estava lá também o Seu olhar, tão intenso que parecia fitar-me. E aquela voz, dentro do meu peito, igual certamente à que um dia fora dirigida ao jovem rico: Queres?...
Sentei-me no chão a pensar. É Natal. Natal mais uma vez. Natal que se repete ao longo de dois mil anos. Natal!... Sempre igual e sempre novo.
E o Menino que continua a olhar-me e a perguntar: Queres?
E eu quero… mas o quê?
Continuo a olhar o Menino do meu presépio pequenino e compreendo que o que Ele quer é que O amemos e nos amemos uns aos outros, fazendo, de cada coisa pequenina, o nosso Sim, como Maria.
É já manhã e eu mantenho-me a olhar esse Menino que é Deus feito Homem e que sorri, porque espera um mundo diferente, em que o amor vença o ódio e a generosidade a indiferença.
Fico olhando e acabo adormecendo. E sonho com um mundo em que “o lobo e o cordeiro habitam juntos, o menino brinca na toca da serpente e o leão e o boi comem ambos palha”.
É isto o Natal: “Um homem que olha outro homem e o trata como irmão"

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O ontem e o hoje

Ontem festa dos Santos Inocentes.
Recordo os tempos da minha juventude em que este era "um dia diferente" para as noviças e postulantes.
Desde a meia-noite podíamos fazer quase tudo aquilo que nos estava vedado no resto do ano: preparar um repasto melhorado "assaltando" a dispensa, ensaiar representações para a comunidade, ir bater à porta das superioras a pedir um presente para festejar o dia...
Enfim!... dos Inocentes massacrados lembrávamo-nos pouco...Eles já estavam no céu, junto do Pai, gozando das alegrias eternas.
Hoje, a situação é outra. Para mim, que já não brinco aos "santos Inocentes" e para todos nós que lembramos, nestes dias de Alegria, que há outros mártires: crianças,também, mas jovens, adultos e idosos. Gente que morre simplesmente porque é cristã, porque é apanhada numa luta entre os que seguem Jesus Cristo e os que O odeiam.
E neste tempo de Natal, em que tudo devia ser Alegria, porque Jesus veio habitar entre nós, há esta sombra negra que torna mais escura e mais presente as preocupações e dores que nos apoquentam.
Mas, não nos podemos deixar abater. Há que aumentar a nossa Fé e a nossa Esperança e cantar como os anjos: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra" . Temos que saber que uma coisa e outra são possíveis,
porque Ele está connosco.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A coragem de João

Ontem foi a festa de S. João Evangelista. Ele, aquele apóstolo "que Jesus amava" o que estava junto à cruz e a quem o Senhor entregou a Sua Mãe.
Talvez por tudo isso me lembrei duma meditação de Monsenhor Francesco Follo em que ele comenta a coragem de João ao levar consigo Maria, a mãe dum criminoso.
Nunca tinha pensado nisso... Mas, realmente, naquele momento, aos olhos do povo e dos chefes que o haviam condenado, Jesus era simplesmente um homem que tinha sido acusado e merecido o suplício da cruz. Só depois é que veio a ressurreição , a descida do Espírito Santo, a capacidade dos apóstolos de superar o medo e se dirigirem a todos os que os ouviam e acusá-los de terem morto um inocente e que era Deus.
João, no momento em que acolheu Maria superou todas as dúvidas, arriscou todas as inventivas, desprezou todas as ameaças. Foi realmente um Homem de coragem !
E ele, convida-nos a sermos corajosos, a receber Maria em nossa casa, abrindo-lhe o nosso coração. Assim, podemos ter a certeza de que carimbamos a nossa felicidade, sobretudo neste tempo em que ainda estamos a viver o Natal de Jesus Cristo.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Últimos passos

É ante véspera do Natal.
Fazem-se os últimos preparativos para receber Jesus.
Ultimam-se os ornamentos do presépio e da capela, arranja-se o refeitório para a ceia de Natal, compram-se as últimas lembranças que quereríamos oferecer como recordação da vinda do Menino...
Âs vezes pensa-se que estamos mais ocupados com o "acidental" do que com o "principal" que é o Deus que vem,
o que pressupõe a nossa preparação interior.
Mas eu, que gosto de me interrogar, pergunto-me se não estamos a cumprir a mensagem que os Anjos nos trouxeram: " Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens". Toda esta actividade a que nos dedicámos não é um reflexo desse desejo de louvor e um propósito de paz?
Esqueçamos dúvidas e questões, inquietações e dores e, na Alegria e na Esperança, preparemos a nossa caminhada até Belém.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Dúvidas e certezas

Um amigo meu, outro dia em conversa, deu-me uma "dica" que me fez pensar: Na vida, há mais soluções que problemas. 
Engraçado! Nunca tinha visto assim as coisas. Habitualmente, preocupamo- nos com as nossas dificuldades, inquietamo-nos com questões que se nos apresentam, desiludimo-nos com as oportunidades que se nos escapam... E ficamos acabrunhados, doloridos, inquietos.
Mas, lembramo-nos da imensidade de soluções que se nos podem apresentar? Tentamos, alegremente, encontrar resposta para os problemas que nos incomodam? Se o fizermos, certamente  vemos uma solução mais perto do que imaginávamos. É que " Deus não se deixa vencer em generosidade"  e se Ele permite dificuldades e dores, vai proporcionar certamente, processos eficientes de resolução.
Onde está a nossa Fe?
Que fizemos da nossa Alegria de viver?
Onde deixámos a certeza de que " nada acontece por acaso" ?
Neste tempo de Advento é bom que alimentemos a certeza de que "há mais soluções que problemas".
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Apelos

" Ide.. não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias, nem dinheiro..."
Era uma recomendação feita por Jesus aos apóstolos antes de  os enviar.
Será que ela não se dirige também a nós, nesta caminhada  que somos chamados a percorrer até ao Natal? Talvez pararmos para reflectir: O que espera Deus de nós? 
Não vale a pena pensar em situações complexas, em planos sofisticados, em compromissos que ultrapassam as nossas capacidades de doação... 
Levar o Evangelho "à letra" não é pedido dirigido a todos. Mas o que Jesus solicita de cada um de nós, neste Advento, é que abdiquemos do supérfluo, renunciemos mesmo a um pouco do necessário, olhemos com Amor para os que nos rodeiam e partilhemos o que temos com os que não têm.
Não nos angustiemos com o "amanhã". É por isso que não devemos levar bagagem connosco. Basta-nos a confiança e a certeza de que na oração encontramos sempre força para enfrentar e ultrapassar dificuldades e inquietações. 
Olhemos o presépio, onde se espera a vinda do Menino e, entretanto, vamos ao encontro dos outros, em que Ele já está presente.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O caminho continua

                                                      Continuamos a nossa caminhada que nos vai levar até ao Natal.
Neste percurso podemos lembrar Maria. Também ela teve um caminho complicado a percorrer. Primeiro, foi a Anunciação, aquela visita inesperada do Anjo que traz surpresa, talvez dúvida, por ventura inquietação. Depois, a ida até à casa de Isabel e a revelação que esta lhe faz que ela vai ser a mãe de Deus.
Entretanto, o encontro e a vida com José, que não sabemos como foi.
Em seguida, a vinda até Belém para dar cumprimento à ordem do Imperador, a procura dum lugar para ficar, o nascimento naquela gruta ou cabana de que nos fala a tradição.
Maria percorreu o seu caminho. Correspondeu ao plano de Deus. Disse Sim e não olhou para trás.
Peçamos a Maria que nos ensine e nos ajude a percorrer, sem hesitações o nosso caminho, por mais complicado e difícil que ele seja.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Incoerências

                                         O Advento vai progredindo lentamente. 
Nesta caminhada que nos levará até ao Natal, a liturgia apresenta-nos hoje  a figura de Santo André Apóstolo. Ele foi um dos primeiros a encontrar Jesus e foi ele que o anunciou ao irmão "Vimos o Messias".
É engraçado porque, sendo dos primeiros a afirmar a sua certeza na vinda do Messias, tendo-se antecipado ao irmão no encontro com Jesus, sendo patente a sua Fé, não foi ele que o senhor escolheu para chefe da Sua Igreja. Não foi a ele que entregou as chaves do reino.
São realmente insondáveis os caminhos que Deus traça para cada Homem!... 
Estejamos atentos para sermos capazes de ler os desígnios de Deus para cada um de nós, para descobrirmos os planos que Ele traça a nosso respeito.
Nesta caminhada de Advento saibamos parar para podermos escutar. Não nos esqueçamos que o nosso Deus é sempre um Deus presente, mesmo quando não parece.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

S. Paulo e a paciência

Ao lermos a Epístola de S. Paulo aos Coríntios, deparamo-nos com uma quantidade de atributos que ele dá ao amor: " O Amor é paciente, é benigno,não é orgulhoso..."
Hoje fiquei-me pela PACIÊNCIA. É que é a paciência que Deus tem com os homens que faz que Ele nos espere sempre; que aguente que ,tantas vezes, nos desviemos do caminho certo; que Ele não só nos espere como vá à nossa procura como da ovelha perdida.
E se aproveitássemos este Advento para exigir menos da paciência de Deus?
E se tentássemos, neste Advento, exercitar a nossa paciência no amor para com os outros? 
Temos quatro semanas para fazer este exercício de procura do presente que o Menino espera.
 Ir. maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

domingo, 27 de novembro de 2016

Caminhada


Hoje é o 1º domingo do Advento e , com ele, começa a nossa preparação para o Natal.
Talvez por isso, uma insónia desacostumada.
Eram 2 horas da manhã e eu olhava o tecto e ouvia a chuva cair. Pensava na caminhada que é preciso fazer, daqui até ao Natal: caminhada de atenção aos outros, de desprendimento, de Amor...
E lembrei-me de Maria e José. Também eles estavam a caminho para cumprir as ordens de um rei que não era o deles. Mas nessa caminhada esperavam Aquele que será declarado "Rei dos Judeus"  e é, desde sempre, o Filho de Deus.
Qualquer caminhada exige sempre, disponibilidade, esforço, coragem. Há que superar dificuldades, obstáculos, incertezas. Mas no fim... é a alegria de se ter superado e conseguido.
Nesta nossa viagem pelo Advento, o fim é o encontro com Jesus que vem e se oferece por Amor, por cada um de nós. Vale a pena o esforço do caminho, mesmo se se tem que abandonar algumas coisas, deixar de lado alguns "bens", esquecer alguns sonhos e desejos.
 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O dinheiro é preciso?

Por vezes ouvimos notícias que, quer nós queiramos quer não, nos levam a relacioná-las com o quotidiano. Foi o que aconteceu outro dia. 
A notícia dizia que uma senhora, já não sei de que país, tinha decidido viver sem dinheiro. Então, não aceitava presentes em dinheiro, cultivava o que precisava para comer, trocava géneros por vestuário e vivia numa barraca construída no quintal duns amigos.
Uma maneira original de se manifestar mas também de mostrar a generosidade de vizinhos e amigos.
Esta história fez-me pensar na nossa vida de religiosos. Temos algo de semelhante com esta senhora. Talvez as motivações é que sejam outras.Nós não vivemos sem dinheiro  mas vivemos partilhando o que recebemos e trabalhando, em conjunto, para a subsistência de todos.
Ter um voto de pobreza não é necessàriamente viver mal, abdicar do indispensável e abominar os bens terrenos. É antes estar livre para servir e partilhar com todos, os bens de cada um.
Acho que a atitude daquela senhora nos pode fazer reflectir sobre a dimensão da partilha mas não me apetece falar em "pobreza" referindo-me a ela.
Mas, há sempre lições que podemos tirar e exemplos que podem servir de chamadas de atenção.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Virgem Branca

Na minha viagem da semana passada, estive em Toledo. E, claro, fui visitar a catedral. Lá, deparei-me com uma imagem de Nossa Senhora a que todos os habitantes chamam a Virgem Branca. Parei um bocado, impressionada com o sorriso meigo da Virgem e o gesto de ternura do Menino Jesus.
Com esse gesto o Filho parece querer testemunhar à Mãe o Seu carinho e a sua presença, mesmo nos momentos de sofrimento e dor que lhe vai infligir. Ela, como nós, tinha necessidade desse carinho e dessa presença. Ela , como nós, não estava isenta de precisar sentir o amor daqueles que a rodeavam e, particularmente do seu Filho. E, o gesto meigo de Jesus é o testemunho desse amor.
Não tenhamos nós medo nem vergonha de reconhecer que precisamos do afecto da família, dos amigos, dos que nos são próximos. Tenhamos sempre presente este gesto amoroso de Jesus para com Sua mãe. A nós, também Ele nos ama, nos apoia e acarinha. Só que às vezes não damos por isso. Precisamos estar atentos...
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


domingo, 13 de novembro de 2016

Festa da Congregação

É hoje o dia de festejarmos o início da Congregação de Santa Catarina de Sena.
É hoje! São 150 anos desde que se pôs em marcha o  sonho de Teresa de Saldanha.
Teresa ... aquela jovem lisboeta, corajosa, empreendedora, cheia de confiança e de Fé que queria responder ao apelo que Deus lhe fizera.
E foi em frente!...
Apesar de todas as dificuldades e vicissitudes, fundou a Congregação de que faço parte e que quero que continue a "fazer o bem sempre" e a contribuir para a educação dos jovens.




Vós, que me estais a ler, fostes alunas dos nossos colégios?
Frequentam casa ou Igrejas Dominicanas?
Conhecem Frades ou Freiras Dominicanos/as?
Sabem que se não houver novas gerações de Dominicanas/os é impossível continuar a Missão que  São Domingos nos confiou?
Então, querem ajudar-nos? CADA SÁBADO DISPONHAM DUNS MINUTOS PARA REZAR O TERÇO PELAS VOCAÇÕES DOMINICANAS.
Nossa Senhora do Rosário e S. Domingos contam convosco.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Portar-se bem!

Às vezes fazemos esta recomendação, num certo tom de brincadeira, até àqueles que já deixaram de ser crianças: Portem-se bem
Não é propriamente um apelo ao bom senso, ao discernimento, ao tipo perfeito de comportamento. Não é fazer valer as recomendações como se fazem às crianças, nem sequer tornar presente a afirmação que Jesus fez um dia: " Se não fordes como criancinhas..."
É talvez antes um recordar de compromissos, uma aposta nos valores que são os nossos, os de cada um, o actualizar o Bom e o Bem a que Deus nos chama.
" Portem-se bem!" Talvez não haja nenhuma intenção escondida nesta frase; talvez não passe disso: uma simples frase. No entanto, quando a ouvimos ela fica a martelar no nosso cérebro  e tentamos desdobrá-la nas múltiplas componentes que nos dizem respeito. E, mesmo sem querer procuramos portar-nos melhor.

Para satisfazer os que nos fizeram a recomendação? Para nossa auto satisfação? para ser testemunho para os que nos rodeiam? Acho que não. Por nada disso. Simplesmente porque nos ilumina o caminho que escolhemos.

Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Celebração dos fiéis defuntos

Mais uma vez ,neste dia, recordo uma composição que a professora de Português  do meu 5º ano (actual 9º) nos mandou fazer por esta ocasião.
O título é sugestivo, visto assim agora à distância, mas complexo e algo impressionante para aquelas idades:
" Os mortos passam depressa"
Claro que a maioria dos meus colegas negou tal afirmação, sobretudo baseados nos grandes nomes da História, da Ciência ou das Artes e que faziam parte do seu imaginário. Alguns, atestaram a recordação, que não passava, de alguns entes queridos que não conseguiam esquecer.
Eu, acho que  elaborei teses a favor e contra tal afirmação. Mas, reflectindo agora nesta frase chocante na altura, tenho que concordar que tem algo de verdadeiro. Mesmo os entes que nos são queridos e nos deixaram, lembramo-los, é certo. Mas, por quanto tempo? Quais as gerações vindouras que os invocam como nós os recordamos? O que significam eles para aqueles que nos vão suceder ao longo dos tempos?
Mesmo nomes famosos, que marcaram a sua época e ficaram escritos nos tempos, vão perdendo luminosidade e, para muitos, não vão passar disso, de nomes.
"Os mortos passam depressa"... Mas, talvez por isso mesmo, não deixemos de celebrar aqueles que nos são queridos e não deixemos de os ter presente junto de Deus, seu e nosso Pai.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Solenidade de todos os santos


Esta não é a festa deste ou daquela que se destacou pela sua vida ou pelas suas virtudes. Não é a comemoração de alguns que se distinguiram pela sua heroicidade. Não! Hoje é a festa dos anónimos, de todos aqueles que, como tu e eu, ouviram Jesus dizer : "Sede santos como o vosso Pai que está nos céus é santo" e tentaram corresponder. É a festa de todos aqueles que, como diz a canção querem" viver como Jesus viveu, pensar o que Jesus pensou, fazer como Jesus fazia".
Agora, precisamos é de fazer que cada dia da nossa vida seja um dia de festa que prolongue aquele que o calendário litúrgico colocou a 1 de Novembro.
E, para isso, vivê-lo intensamente, percorrendo o caminho que escolhemos, com a Graça que Deus , cada dia, nos dispensa.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Experiências


Acabei de chegar duma visita  ao Senhor da nossa casa. E não sei porquê tive uma experiência nova e motivadora nesta nossa capela, igual todos os dias.
Ao fundo aquela cruz enorme, impressionante porque bem explícita do que foi a morte de Cristo. Depois, por baixo, aquele sacrário, pequenino, que convida ao exercício da nossa Fé: ali está, bem vivo, aquele Jesus que se nos ofereceu num dia de Quinta feira Santa e repete o facto a cada Eucaristia.
 À frente, os símbolos queridos aos Dominicanos: Nosso pai e Nossa Senhora do Rosário. Tudo igual, nada de novo.
Novidade, apenas aquele silêncio envolvente, aquela nudez humana, aquela tranquilidade que convidava à permanência. É que na capela, perecia que apenas eu e Deus estávamos. Acho que, como Claudel, "não tinha nada para dar nem nada a pedir" Estava simplesmente. Uma cabeça cheia de pensamentos, mais ou menos, inquietantes; um coração repleto de dúvidas e conflitos.
Fiquei olhando aquele sacrário que me convidava a permanecer, em que Alguém acolhia as minhas dificuldades e a minha ausência de ideias e de palavras, em que terminam as nossas dúvidas e angústias.
Fiquei! Olhando simplesmente. Fascinada por aquela luzinha vermelha que atesta a presença do Deus, tantas vezes ausente das nossas vidas. Fiquei! E saí, igual mas bem diferente ...
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

domingo, 30 de outubro de 2016

A saga da Felicidade

Não sei porque razão esta tarde me veio à memória aquela canção antiga do Padre Zèzinho : "Amar como Jesus amou" .
É que a criança queria saber o que era preciso para ser feliz e felicidade é algo de que todos nós temos necessidade, pelo menos uns dias mais do que outros.
E afinal, parece que é simples: Amar como Jesus amou... sonhar como Jesus sonhou... viver como Jesus viveu... sentir o que Jesus sentia... sorrir como Jesus sorria...
Ou não será assim tão simples? 
Se relacionarmos com os Evangelhos, ouvidos ontem e hoje, afinal devia ser assim a vida do publicano: "Senhor tem piedade que eu sou pecador..." E foi assim também a atitude de Zaqueu : " Dou metade dos meus bens e recompenso aqueles a quem prejudiquei..."
"Sentiram o que Jesus sentia" e "procuraram viver como Jesus vivia"
Voltei a recordar a canção e meditar no seu final : " e ao chegar ao fim do dia sei que dormiria muito mais feliz". 
Certamente o publicano, que se sentiu justificado e Zaqueu, a quem Jesus disse que queria jantar na sua casa, tiveram uma noite muito mais feliz.
Também, igualmente, cada um de nós quer ter uma noite descansada, resultado dum dia feliz. Então, há que tomar as medidas necessárias, pôr a canção em prática e "viver como Jesus viveu".
Ou será que é muito complicado?!...
Ir. M. Tere4sa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Dia da conversa

Quase todos os dias ouvimos dizer que são dias mundiais, internacionais... disto, daquilo e de outra coisa. Eu fico a pensar que falta uma outra comemoração : o dia da conversa!
Seria um dia para celebrar a nossa capacidade de comunicação, a nossa necessidade de partilhar o que pensamos, sentimos e desejamos. Um dia em que, juntos com os amigos, olhamos para o que fizemos, lamentamos os erros cometidos, estruturamos novos planos e escolhemos novos caminhos a percorrer.
O "dia da conversa" em que um ombro amigo nos acolhe, em que desabafamos as nossas angústias, em que confidenciamos os nossos projectos e as nossas alegrias.
O " dia da conversa". Ninguém se lembrou de o instituir e, no entanto, todos temos necessidade dele.
"Nenhum homem é uma ilha" diz o poeta. Por isso, ninguém pode viver isolado, fechado em si mesmo, guardando o que lhe vai na alma e enche o coração. 
Conversar é pôr em comum , é partilhar, é dar e receber. É confiar o que há em si de alegrias e tristezas, de dúvidas e conflitos, de erros e reviravoltas.
Será que alguém pode viver sem conversar, sem partilhar com os amigos, sem desabafar com os que lhe são próximos?
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

domingo, 2 de outubro de 2016

Outubro mês do Rosário

Que significado terá esta designação dada a este mês, para a maioria dos católicos? Foi uma pergunta que me fiz esta manhã. Será que se vão comprometer a rezar , diariamente, o Rosário?... Que vão a Fátima celebrar a última aparição de Nossa Senhora naquele local?... Que vão procurar ter mais presente Maria, a Senhora do Rosário?...
Para a Ordem Dominicana o mês do Rosário é um mês especial, ou não fossem os Dominicanos os impulsionadores da devoção ao Rosário...
Até foi um Papa Dominicano- S. Pio V - quem deu ao rosário a sua forma definitiva e o instituiu como oração da Igreja.
Este ano, ano em que estamos a comemorar o Jubileu dos 800 anos da Ordem, no dia 7, festa de Nossa Senhora do Rosário, em todas as Igrejas Dominicanas haverá uma celebração especial. Em Lisboa, em S. Domingos da baixa, às 15 horas,  com representação de todos os elementos da Ordem, rezar-se-á o Rosário em honra de Maria.Estarão presentes frades, freiras, elementos das fraternidades leigas e, todos aqueles que connosco quiserem rezar.
O Rosário é uma oração simples e acessível a todos; uma sucessão de Pai-nossos e Avé-Marias, oração comum a todo o povo cristão.
No entanto, cada Mistério encerra uma parte da história da nossa salvação. Com os mistérios podemos reflectir na Anunciação do anjo, no nascimento de Jesus, mas também na Sua Paixão, Morte e Ressurreição, entre os outros todos. É a história da vida de Jesus e de Maria que cada um de nós pode entender, reflectir e viver à sua maneira. Neste mês, em particular, que seja mais viva a nossa reza do Rosário.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sábado, 1 de outubro de 2016

Trinta anos mais tarde

Foi há trinta anos...
Um grupo de Irmãs, alegres, dedicadas, generosas, deixou as suas comunidades e deslocou-se até ao Algarve. Foram dar colo a crianças que o não tinham, fazer de mães para jovens e crianças que precisavam do carinho e apoio de mãe.
E a obra cresceu e desenvolveu-se.
Mas os tempos mudaram. A idade foi dando os seus sinais e há falta de jovens que queiram dedicar a vida a servir o Pai, segundo S. Domingos e substituir as Irmãs idosas, nesta tarefa.
Assim, as Irmãs, ao fim de trinta anos, tiveram que deixar a Obra a que tanto deram e por onde tantas outras passaram. Mas não vão deixar o Algarve... Noutro lugar, noutros serviços, noutra presença são esperadas. Começarão no dia 7 de Outubro, festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da Ordem.
No dia 6, às 17 horas, no Colégio do Restelo, será a "celebração do envio".
Não querem vir connosco, pedir ao Pai por esta nova missão, por este trabalho que se inicia?
Gostávamos de ter na na nossa companhia todos os amigos, conhecidos, colaboradores, alunos, pais.
Uma nova etapa vai começar. Novo desafio se põe para este pequenino grupo de Irmãs que parte. A oração de todos é precisa.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

domingo, 25 de setembro de 2016

Hoje é domingo

É o dia do Senhor.
Mas, o que é que isto quer dizer?
Que no domingo  Deus deve ser a figura central do dia? Que tudo deve ser feito por Ele e para Ele ? Que junto dele devemos passar o tempo, ouvindo-o e apresentando-Lhe as nossas dúvidas, as nossas dores e as nossas alegrias? E então nos outros dias? 
Ao domingo é preciso ir à Missa (é um compromisso...) mas não basta. É necessário fazer de cada hora uma oferta e um louvor ao Pai.
Muita gente, certamente, santifica o domingo de maneira muito louvável.
Mas, para muitos, o domingo é tempo de descanso, de estar com a família, de passear filhos e netos, de se divertir com os amigos. E será que isto não cabe na santificação do domingo? Será que Deus não olha com olhar de amor aqueles avós que se afadigaram a preparar a mesa para receber ao almoço a família que só vêem uma vez por semana? Será que Deus não sorri àquele jovem que reserva a tarde para passear com o amigo que necessita dum ombro acolhedor?  E,  como vê Deus aquele grupo de amigas que há meses não se encontrava e que escolheu a tarde de domingo para partilharem alegrias e tristezas, recordações e novidades?
Lembrando que " os nossos nomes estão escritos no céu..." temos que aproveitar tudo o que fazemos e dizemos para fazer disso uma oração e um louvor.
É esse o apelo do Domingo. Como correspondemos a ele?
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Rebanho com ou sem pastor

"Eu sou o bom pastor e cuido das minhas ovelhas..."
Lemos isto hoje no responso da leitura do Ofício de Leituras.
São palavras de Jesus Cristo e indicam como Ele está atento a todos e a cada um de nós; como nos espera, quando nos demoramos a encontrá-Lo; como vai à nossa procura quando nos desviámos do caminho.
Ele é o bom pastor: aquele que cuida da ovelha doente, que vai em auxílio da que se transvia, que pega ao colo naquela que não consegue ir adiante. A imagem do bom pastor é sempre uma imagem carinhosa e impressionante, de atenção e de cuidado pelos que constituem o rebanho.
Mas às vezes também nos sentimos chocados com esta mesma imagem. Sobretudo quando pensamos no rebanho como um grupo anónimo, acéfalo, sem vontade própria, que se deixa conduzir sem pensar nem reagir. E há rebanhos assim, não é verdade?
Mas não podemos ficar com esta imagem ,porque para o Pai cada um de nós é único e insubstituível. Ele vê-nos como aquele filho que Ele aguarda com amor e com certezas mas a quem deu a liberdade para fazer as suas opções, certas ou erradas.
Saibamos fazer as escolhas certas e, quando erramos, tenhamos a coragem de voltar atrás e recomeçar.
O Pai está sempre à nossa espera no fundo do caminho.

Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Mártires de hoje como de ontem

Ontem, dia em que estávamos convocados para viver um dia de oração pela paz e em que a Igreja fazia memória dos Mártires da Coreia, lembrei uma frase que ouvi há tempos: "Temos que nos preparar para ser mártires..."
Claro que quando ouvimos uma coisa destas pensamos logo nos mártires dos primeiros séculos do cristianismo, cristãos devorados pelas feras, martirizados no coliseu de Roma.
Depois, andamos mais uns séculos e pensamos no Japão, na Coreia, no Wietnam, nas centenas de cristãos que perecem às mãos daqueles que não querem ouvir falar de Jesus Cristo.
E, nos dias de hoje, há que lembrar as vítimas dos radicalismos, na Síria ou no Líbano, por exemplo.
Mártires... deram a sua vida porque acreditavam em Jesus Cristo, porque eram fiéis à Verdade, porque não aceitaram renegar a sua Fé.
Mas se olharmos à nossa volta, no nosso mundo "civilizado e livre" , quantos martírios não constatamos... a fome,o desemprego, os maus tratos, as deportações, as pressões sobre trabalhadores, os raptos e... a falta de amor dentro das famílias. Afinal, há muita gente que sofre, silenciosamente, uma ou outra forma de martírio. Talvez sem sangue, sem aparato, sem notícia na comunicação social mas, com a mesma dor, a mesma angústia, o mesmo caminho do calvário.
Preparemo-nos para ser mártires, aumentando a nossa Fé, a nossa confiança e a nossa generosidade.
Olhemos o crucificado que foi o primeiro, mesmo antes de dar a vida na cruz, a sofrer... a incompreensão dos homens, o afastamento dos amigos, o abandono dos apóstolos...
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mudam-se os tempos...

Realmente estamos em tempo de mudança.
A começar pelo tempo. Vamos mudar de estação e os efeitos já se fazem sentir: o sol mais baço, o céu menos azul, o ar mais fresco, as folhas secas caídas das árvores...
Também muda a situação dos jovens. Acabaram-se as férias e há que recomeçar. Dar início a um novo ano com tudo o que ele traz de novidade, de esforço, de alegrias e dificuldades.
Para muitos adultos também foi um recomeço, porque acabaram férias, porque arranjaram emprego , porque mudaram de trabalho...
Nós, Irmãs Dominicanas, também temos uma novidade para este tempo de mudanças. Será no dia 7 de Outubro, festa da nossa padroeira, Nossa Senhora do Rosário, que um grupinho de Irmãs vai começar uma nova missão no Algarve.
Na véspera, ao fim do dia, no Colégio do Restelo, juntar-nos-emos para uma "celebração do Envio". Estão todos convidados. E já agora, também, uma oração especial por essa intenção. 
O Algarve precisa da nossa acção e nós precisamos de Graça para a poder realizar. Contamos com o apoio, a presença e a oração de todos e de cada um.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

FESTA DA EXALTAÇÂO DA SANTA CRUZ

Cruz é símbolo de dor, de aflição, de sofrimento.
Pensar em cruz é ter presente momentos de lágrimas, de angústia, de inquietação.
Pode portanto parecer um pouco contraditório fazer uma festa para exaltar precisamente esta cruz, este sofrimento, esta dor.
Só que a cruz de que estamos a celebrar a exaltação não é uma cruz qualquer. É a cruz da nossa salvação , a cruz em que se ofereceu Jesus Cristo para nos libertar dos nossos pecados, dos nossos males, dos nossos erros.
E exaltando esta dádiva de Cristo aos Homens, estamos a agradecer-Lhe a oferta que Ele nos fez de si mesmo, estamos a reconhecer o imenso amor que levou Jesus a dar avida pela nossa salvação.
Exaltamos...Festejamos...
Mas por que não fazemos nós, neste dia, a experiência duma disponibilidade total, duma entrega sem restrições à vontade dum Deus que nos deu o Seu Filho sem pedir nada senão que O amássemos?
Ele está lá, só, despojado, entregue...
Como S. Domingos, ajoelhemo-nos aos pés da cruz para dizer o nosso Sim.
 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

SER FELIZ...

"Podes ter defeitos, estar ansioso
e viver irritado algumas vezes,
 mas não te esqueças
que a tua vida é a maior
empresa do mundo.

Só tu podes evitar que ela
vá em decadência.

Há muitos que te apreciam,
admiram e te querem.

Gostaria que recordasses que ser feliz,
 não é ter um céu sem tempestades,
caminho sem acidentes, trabalhos sem fadiga,
relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão,
esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo,
amor nos desencontros

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso,
mas também reflectir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso,
mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos,
mas ter alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida,
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise"


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Rotina ou talvez não~

Acabaram-se as férias. Voltamos ao dia-a-dia, ao ambiente do costume, ao trabalho habitual, aos amigos de sempre.
A rotina! - dizemos
Mas porque é que voltar de férias tem que ser mergulhar na rotina e olhar a vida com um certo fastio? Porque não podemos ver a vida e os acontecimentos com outros olhos, aqueles com que contemplámos o mar, admirámos a destreza dos surfistas ou seguimos o voo ágil das gaivotas?
As férias são precisamente para isso: para mudar os nossos horizontes, fazer esquecer o que nos incomoda, desprendermo-nos do que nos ligava a costumes e modos.
Comecemos, olhando a vida com uma energia nova, uma alegria mais profunda, com objectivos inovadores. O ciclo da vida colabora nesta novidade que devemos estabelecer. É que todos os dias começam e acabam e, no entanto, nenhum é igual...
Aproveitemos as diferenças para estabelecer novas expectativas, novos sonhos e novas realizações. As contrariedades, as inquietações e os aborrecimentos fazem parte e não nos devem abafar e tirar a paz e a alegria. Em cada momento não é verdade que Deus está presente e nos olha e apoia?
Sento-me na capela; olho a cruz grande do altar  e espero que Ele me mostre a novidade que vai alterar a minha rotina.

Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

sábado, 27 de agosto de 2016

Falso alarme

Ontem íamos apanhando um susto.
Íamos... mas não chegámos a afligir-nos porque não nos deixámos impressionar.
Quando vínhamos da praia, à hora do almoço, um imenso aparato policial: carro de bombeiros, INEM, polícia marítima, GNR e o trânsito cortado.
Tivemos que ir dar uma grande volta para chegar a casa e como perguntei o que estavam a fazer ali aqueles agentes da autoridade, a resposta não foi animadora : Estamos a zelar pela segurança das senhoras...
"Mas o que aconteceu?" perguntei. Com alguma condescendência o polícia lá me respondeu: "É um objecto suspeito que deixaram ficar nas escadas"
Viemos calmamente para casa almoçar. Ainda vimos a brigada de minas e armadilhas, facilmente identificada pelo vestuário.  De repente, um estampido.
Devíamos ter tido receio mas não tivemos. Fomos à janela e não vimos nada. Almoçámos calmamente.
Inconsciência ou demasiada confiança?
Só à tarde soubemos que tinham sido as Testemunhas de Geová que tinham deixado uma mala com panfletos. Com a detonação os panfletos foram pelos ares e os serviços de limpeza levaram os restos.
Uma quase aventura em fim de férias.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.